HP: companhia em rota de colisão com Microsoft

HP: companhia em rota de colisão com Microsoft

Hewlett-Packard mira sua parceira de longa data com extensão do sistema operacional Palm por meio de dispositivos móveis

A Hewlett-Packard mostrou seu tão aguardado TouchPad, mas as ambições da empresa se estendem muito mais do que o mercado de tablets, e esse território é dominado há muito tempo por sua parceira Microsoft. São dois grandes trens em um trilho, indo um em direção ao outro.

O TouchPad irá oferecer muitas das características que os consumidores esperam em um tablet. Tem capacidade instan-on, touch screen com capacitor XGA, acelerômetro, câmera na frente e atrás, supor para grandes provedores de conteúdo como a Amazon e a Time, e por aí vai. E como muitos dos tablets no mercado, o TouchPad com base no WebOS não roda Windows.

Já deve ter sido um grande problema para a Microsoft que seu maior parceiro em hardware tenha rejeitado o Windows para o seu tablet. Mas a HP revelou mais do que somente uma nova invenção. Ficou implícita uma estratégia sob a qual ela pretende criar um novo ecossistema de dispositivos conectados que irá colocá-la diretamente em concorrência com a Redmon – na casa e no escritório.

"Hoje estamos embarcando em uma nova era de WebOS, com o objetivo de linkar a grande família de produtos HP por meio da melhor experiência disponível", disse Jon Rubestein, vice-presidente sênior e administrador geral da unidade Palm da HP, que claramente não acha que o Windows Phone 7 é a melhor experiência móvel disponível.

Não se engane, a "grande família" a qual Rubenstein se referiu, incluem os PCs – primeiro pra o mercado consumidor, mas sem dúvida, a HP irá estender sua franquia de Palm para o SMBs e além. Mesmo agora, os produtos móveis da empresa vêm com Quickoffice, um software que permite a usuários criarem, editarem e visualizarem documentos compatíveis com o Microsoft Office.

E isso apenas pela perspectiva do cliente. Quase enterrada nas letras miúdas do anúncio do TouchPad da HP estão as novidades sobre a nova tecnologia de comunicação, chamada Synergy. Ela é destinada a fornecer um backbone através do qual os clientes da empresa possam linkar seus dispositivos WebOS, seja pelos celulares, tablets ou PCs.

Aqui está o que a HP disse sobre isso: "Com o recurso HP Synergy, você precisa simplesmente acessar suas contas do Facebook, Google, Micorosoft Excel, LinkdIn e Yahoo e seus contatos, calendário e email automaticamente preenchem seu TouchPad".

Perceberam? É uma nuvem pessoal.

Frank Gillet, analista da Forrester acha que a HP talvez esteja minimizando suas ambições para o Synergy. A empresa irá "expandir a tecnologia HP Synergy e serviços em nuvem agressivamente, incluindo dispositivos sem WebOS", disse Gillet em nota de pesquisa.

"Acho que a HP está pensando em como integrar informações, sincronizá-las, hospedá-las e criar um acesso direto e informações pessoais e de trabalho em todos os dispositivos", disse Gillett.

Isso soa bastante como a estratégia software mais serviços da Microsoft, que pretende juntar produtos com o Windows, SharePoint, Lync, Exchange, Office e Azure para criar uma experiência integrada tanto online quanto offline. Em última análise Gillett acha que a empresa irá "colocar o WebOs em PCs corporativos, não somente em PCs para consumidores", e juntá-los com a Synergy e outros serviços back-end.

Tudo isso tem que ser uma bomba para Microsoft. Baseada em sua parcela no mercado de PCs, a HP conta com quase 30% das vendas do Windows da Microsoft nos Estados Unidos. Agora irá competir com a Microsoft. Mesmo com o CTO da HP, Phil McKinney tendo dito para os jornalistas que o WebOS irá rodar por cima do Windows, ele também disse que pode ser dedicado a laptops e outros dispositivos sem Windows.

É discutível se a Microsoft  precisa mais da HP ou se a HP que precisa mais da Microsoft. Pelo lado do consumidor, é a HP que tem o relacionamento com grandes lojas de eletrônicos e varejistas, como a Best Buy e o Wal-Mart. Nos negócios, é a HP que tem as conexões com a VARs e os distribuidores.

Falando a linguagem da indústria automobilística, a HP constrói o carro e a Microsoft o motor. Pessoas compram carros, não motores. E a HP está começando a fazer seus próprios motores.

O sucesso da Apple com o iPad foi o ponto que criou a oportunidade para a HP lançar um produto sem Windows no mercado, e a aquisição de US$ 1,2 bilhões da Palm pela HP lhe deu a tecnologia. Mas e o desejo? Deve ter sido despertado pelos acontecimentos que levaram ao lançamento de 2007 do produto mais famoso da Microsoft – Windows Vista.

FONTE/AUTOR: Paul McDougall para InformationWeek EUA

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