A BlackBerry anunciou oficialmente, quarta-feira (28), que não vai mais produzir seus próprios smartphones. A fabricante canadense planeja encerrar todo o desenvolvimento interno de hardware, dependendo apenas de parceiros para lançar aparelhos com sua marca.
O primeiro passo já foi dado. Em julho, a BlackBerry anunciou o DTEK50, que nada mais era do que um Alcatel Idol 4 renomeado — todas as especificações de hardware e até o design (com exceção do logotipo, claro) eram exatamente iguais aos do modelo chinês. O diferencial ficava por conta do software, um Android 6.0 Marshmallow com os recursos de segurança e aplicativos da BlackBerry.
Para os próximos smartphones, a BlackBerry vai seguir a mesma estratégia, comprando projetos prontos, colocando sua marca e instalando sua própria versão segura doAndroid, que pode, inclusive, ser licenciada para outras empresas. No maior mercado da BlackBerry, a Indonésia (sabia?), a empresa fechou uma parceria, com o aval do governo, para desenvolver e fabricar produtos localmente.
Nos bons tempos, em meados de 2008, a BlackBerry (até então conhecida como Research In Motion) chegou a ter 20% do mercado global de smartphones; nos Estados Unidos, a participação chegou a 55%, sendo que um dos principais clientes era o governo americano, devido aos recursos de segurança que a RIM oferecia. O rápido desenvolvimento dos iPhones e Androids (e a demora da RIM em se adaptar ao mercado) fizeram as vendas despencarem.
A empresa não vai bem das pernas há muito tempo. A BlackBerry chegou a receber uma oferta para ser comprada por US$ 4,7 bilhões em 2013, mas as negociações não avançaram. O BlackBerry 10 era legal (eu gostava do teclado virtual!) e até rodava aplicativos de Android, mas não conseguiu atrair a atenção do mercado, dividido em duas plataformas móveis. Em 2014, o pior ano da empresa, o prejuízo foi de US$ 5,9 bilhões. As perdas continuam, mas diminuíram, e a BlackBerry tem ganhado dinheiro especialmente com software e serviços.
FONTE/AUTOR: Tecnoblog
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