HP: raízes da rebelião

HP: raízes da rebelião

Sim, você pode culpar o Windows Vista

A Microsoft prejudicou seu parceiro de longa data ao fazer mudanças de última hora no Vista, que foram feitas para satisfazer outro parceiro – Intel.

A empresa simplificou a definição original do “Vista Capable PC” para incluir certos componentes Intel. A medida eliminou, em uma tacada, a vantagem exclusiva que a HP teria no mercado Vista, em virtude de ter investido milhões de dólares no desenvolvimento de ponta de placas mãe melhoradas para suportar os pesados gráficos Vista de interface Aero.

Os executivos da HP ficaram chateados? Em um email que o chefe em consumo de PC da Hewlett-Packard, Richard Walker, mandou para os antigos copresidentes da Microsoft, Jim Allchin e Kevin Johnson responde à essa questão sem deixar dúvidas.

“A decisão que vocês tiveram e comunicaram, nos tirou um investimento que fizemos conscientes da vantagem competitiva, sabendo que alguns competidores iriam escolher não ter o mesmo nível de investimento que tivemos ao dar suporte às necessidades dos seus programas”, escreveu Walker.

“Não posso ser  mais claro ao dizer que vocês  não somente renegaram nosso compromisso por estar apoiando o WDDM (Windows Display Driver Model), vocês demonstraram uma total falta de compromisso com a HP como um parceiro estratégico e nos custou muito dinheiro no processo”, ele disse.

Temos que acreditar que as relações da Microsoft com a HP foi irremediavelmente prejudicada desse momento em diante, e foi a partir daí que a HP começou a seriamente procurar meios de escapar da Microsoft. Mesmo Allchin, em um email para o seu chefe, Steve Ballmer, disse que a situação tinha “destruído” a credibilidade da Microsoft com a HP e possivelmente com outros fabricantes de PC.

É verdade que as companhias anunciaram no ano passado um programa de US$250 milhões de codesenvolvimento de servidores em nuvem, mas mesmo a IBM e a Oracle – que claramente se odeiam – ainda trabalham juntas em alguns níveis. É somente a maneira que a indústria tecnológica funciona.

Mas isso não significa que a HP irá simplesmente roubar a parcela de mercado de 30% do Windows com o WebOS e o Synergy. Obviamente essas tecnologias nunca foram passadas para PCs – talvez o experimento nem mesmo funcione, ou não funcione bem.

Além disso, a Microsoft está tão arraigada no mercado corporativo que seria um pesadelo logístico para os gerentes de TI arrancar suas infraestruturas Windows para colocar no lugar uma plataforma desconhecida, mesmo que eles quisessem. O Windows 7 é uma oferta sólida que resolve as maiores partes da deficiência do Vista. E enquanto a HP mantém os relacionamentos com  varejistas e distribuidores, a Microsoft tem com os ISVs.

Mas o significado disso, é que pela primeira vez em décadas, poderá haver uma competição real no mercado de desktops, o que será bom para ambas as empresas e consumidores. Nota para a Microsoft: a luz no fim do túnel é a HP.

FONTE/AUTOR: Paul McDougall para InformationWeek EUA

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