Uma quadrilha vem aplicando golpes em clientes de cartão de crédito. Os criminosos falsificam o código de barra da fatura, as vítimas pagam, o dinheiro vai direto para a conta da quadrilha, e as vítimas nem percebem a fraude.
Gleide Assis recebeu a fatura do cartão de crédito, em casa. Como de costume, abriu a correspondência e conferiu todas as despesas. Não notou nada de errado. “Quando você recebe fatura em momento algum você detecta que ali há alguma irregularidade. E eu paguei normalmente”, conta a securitária.
Gleide, como a maioria das vítimas, só percebeu que caiu em um golpe quando o banco avisou que a conta não tinha sido paga. Ao analisar a suposta fatura, o gerente dela logo apontou a fraude: o código de barras para o pagamento tinha sido adulterado. A conta era de um outro banco. “Você vai olhar, vai rever, aí vê que há uma fraude”, explica.
Segundo a polícia, os golpistas trocam a numeração do código de barras e o dinheiro vai para a conta dos criminosos, que fica aberta por poucos dias. “A apuração está sendo feita em cima disso para saber quem está interceptando estas correspondências e fraudando o boleto bancário”, afirma a delegada Carolina Salomão.
Cerca de 30 denúncias deste tipo de golpe já chegaram na Delegacia de Defraudações do Rio. As investigações apontam que funcionários dos Correios podem estar envolvidos na fraude.
A delegada afirmou que já pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário de várias contas. “Tem um trabalho todo a ser feito, tanto para identificar as contas tanto para identificar se tem algum funcionário dos Correios envolvido, e quem seria esta pessoa”, ressalta.
E cair em golpes é mais fácil do que se pensa. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas revela que nos últimos 12 meses 54% dos consumidores brasileiros foram vítimas de alguma fraude.
Este ano, a psicóloga Márcia Valéria já recebeu três faturas do cartão de crédito com o código de barras fraudulento. Ela chegou a pagar a primeira, mas nas outras duas Márcia conseguiu evitar o golpe. “Fiquei muito assustada. Agora só tiro pelo site ou ligando para a central de atendimento e pedindo código de barras para fazer o pagamento”, diz.
Essa é a orientação da Federação de Bancos: botar as contas no Débito Direto Autorizado – o DDA, e o cliente pode acessar a conta na internet. A Márcia e a Gleide, deram queixa na delegacia e tiveram o valor desviado devolvido pelos bancos.
Sobre a investigação, os Correios afirmaram que vão colaborar com a polícia, mas ainda não foram notificados.
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fonte: Bom Dia Brasil – Globo
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