A Microsoft lançará o Windows 10 oficialmente, nesta quarta-feira, em 190 países, com a expectativa de deixar para trás os erros da versão anterior de seu sistema operacional e seu fracasso na sua incursão no mercado de smartphone.
A promessa é de atualização gratuita para os usuários das versões 7 e 8.
Anunciada no lançamento do Windows 8 no final de 2012, a revolução móvel da Microsoft não aconteceu: consumidores, empresas e desenvolvedores ignoraram o software. A companhia anunciou no início de julho passado o corte de 7.800 postos de empregos, sobretudo, na Nokia, que já havia sofrido grande parte das 18.000 demissões em 2014.
Além da reintrodução simbólica do menu de inicialização, que deixou os usuários saudosos ao ficar de fora do Windows 8, o Windows 10 volta ao normal e deve equipar 1 bilhão de aparelhos até 2018. Hoje em dia, considerando-se todas as suas versões, o sistema operacional Windows está instalado em 1,5 bilhão de computadores no mundo todo, principalmente em PCs.
Ares novos para o PC?
Para acelerar sua adoção, pela primeira vez, a Microsoft oferece Windows 10 como uma atualização gratuita para os usuários das versões precedentes (Windows 7 e 8), enquanto os fabricantes de computadores continuarão pagando para instalá-lo em seus aparelhos. Essas licenças são a principal fonte de receitas do grupo.
Para Steve Kleynhans, a Microsoft proporciona aos consumidores uma “amostra gratuita do novo sistema de exploração” e espera, com isso, convencê-los a comprar um novo computador.
O mercado mundial do PC está em crise há mais de três anos, canibalizado pelos tablets e smartphones. Suas vendas diminuíram de 9,5% a 11,8% no segundo trimestre, de acordo com as empresas americanas Gartner e International Data Corporation (IDC).
“O ecossistema do PC tem estado recentemente sob pressão, mas o Windows 10 ampliará nossas oportunidades econômicas”, garantiu na semana passada o presidente da Microsoft, Satya Nadella.
Para Steve Kleynhans, o Windows 10 “terá um impacto no aspecto dos PCs que compramos”, já que “vai acelerar” a tendência a dotá-los de funcionalidades como a identificação biométrica, os comandos táteis, o assistente de voz Cortana (equivalente ao Siri, na Apple) e o navegador Edge (substituto do Internet Explorer).
O analista não antecipa um “grande impacto nas vendas”.
“As pessoas mudam de PC quando há motivo, e o Windows 10, por si só, não é uma razão, pelo menos não no curto prazo”, completou Kleynhans.
É tarde para o mercado de smartphones
Contrariamente aos sistemas operacionais anteriores, o Windows 10 é universal e se adapta tanto aos PCs como aos smartphones, passando pelos consoles de jogos Xbox e pelos óculos de realidade virtual.
“A esperança é atrair os desenvolvedores de aplicativos, especialmente para telefones, onde a Microsoft leva a pior”, avaliou Rob Enderle, analista independente do setor tecnológico.
Diante da falta de um catálogo suficientemente convincente de aplicativos, os telefones Windows não têm hoje força suficiente para concorrer com o iPhone, da Apple, ou com os smartphones de várias marcas que operam com o Android, a plataforma da Google.
“Eles estão muito atrasados no mercado de smartphones e levaria muito tempo e esforço para que os telefones Windows ganhassem terreno de verdade”, explicou o analista Steve Kleynhans, da Gartner.
“A Microsoft se mostra pragmática, porém, abrindo certos produtos para ecossistemas da concorrência, como, por exemplo, seu Office para iPad”, lembrou Kleynhans.
Outra novidade do Windows 10 é que haverá atualizações permanentes e automáticas após sua compra, sem ter de esperar, como agora, até que saia a versão seguinte.
“Tudo vai no sentido de construir uma relação com o consumidor, com uma ideia de Windows como um serviço permanente, que evolui”, afirmou o analista Frank Gillett, do Forrester.
FONTE/AUTOR: Exame.com
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