Levantamento com 12 mil funcionários mostra que computadores lerdos, softwares desatualizados e falta de apoio da TI não diminui só produtividade – afeta retenção de talentos e satisfação interna

No Brasil, 96% dos funcionários de empresas líderes na adoção de tecnologia se sentem motivados no trabalho e 49% sentem orgulho da empresa. Por outro lado, 65% dos funcionários de empresas defasadas sentem-se desmotivados, 44% mostraram-se frustrados com a tecnologia da empresa e 13% querem mudar de emprego. “A pesquisa traz um fator humano: a transformação digital não é apenas sobre aumentar a produtividade, é sobre reter profissionais, talentos e aumentar a satisfação interna”, diz Eduardo Almeida, presidente da Unisys para América Latina.
O uso de tecnologia defasada também estimula os funcionários a contornarem processos de segurança, não confiarem nas equipes de tecnologia e a usarem com maior frequência dispositivos próprios – não sujeitos às regras de segurança – para trabalhar. No Brasil, 71% dos entrevistados admitiram ter baixado aplicativos sem suporte da TI, porque são “melhores do que o que a minha empresa oferecia” ou “a empresa não ofereceu uma alternativa apropriada” – a média global é de 63%.
Outro dado mostra que 81% dos funcionários no Brasil admitiram terem usado soluções que contaram os protocolos de segurança. O número representa 10 pontos percentuais acima da média global (71%). “As pessoas até entendem os protocolos de segurança, mas, para serem mais produtivas, acabam fazendo uso de ferramentas não totalmente seguras, para acessar as informações na hora e no lugar que precisam”, diz Fabio Abatepaulo, diretor de transformação digital da Unisys para América Latina. O executivo lembra que, em 2017, o custo médio de uma violação de dados para uma empresa foi superior a US$ 3 milhões por incidente.
O estudo também avaliou qual tecnologia os funcionários consideram com maior potencial de impacto no mercado de trabalho nos próximos cinco anos. No Brasil, 47% deles apontaram a inteligência artificial – na média global, a IA foi apontada por 36% dos entrevistados. As pessoas que trabalham em organizações high tech mostraram maior receio de perderem seus empregos: 58% dos entrevistados no Brasil e 57% na média global. O estudo mostra que o receio da perda de emprego também envolve desconhecimento a respeito da tecnologia. Apenas 22% dos entrevistados globalmente disseram que entendem “perfeitamente” do que trata-se a IA – enquanto 46% disseram que entendem “um pouco”.
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