O limite entre a realidade e a ficção é uma tênue linha que os cientistas tentam transpassar. E cada vez mais a criatividade humana tende tranformar ficção em realidade.
Desde o início do século passado várias filmes, séries e livros exploram a ficção científica criando dispositivos e tecnologia que assombram nossa imaginação. Isaac Asimov, Robert A. Heinlein, Arthur C. Clarke e até, por que não Gene Roddenberry, criaram obras que ilustarm bem até onde nossa criatividade pode chegar. O primeiro filme sobre viajens espaciais, Preto e Branco e mudo, em 1928 nada mais era senão ficção científica até 1961, quando a União Soviética realizou seu primeiro vôo tripulado à órbita da Tera, com Yuri Gagarin a bordo.
Alguns exemplos de tecnologia que foram criadas na imaginação de autores e cineastas e viraram realidade.
O traje de vôo imaginado na série Rocketeer de 1932 virou realidade para os militares americanos com o Rocket Belt em 1960 e desde a década passada já existe uma empresa americana que vende um traje de vôo pessoal a qualquer um que queira pagar U$S 100,000.
Traje de vôo de Rocketeer em 1936 | O Rocket Belt de 1960 |
Traje pessoal de vôo do século XXI
Quem já não viu ou ouviu falar da série Star Trek (1960) onde o Capitão Kirk, o Sr. Spock e a tripulação da espaçonave Enterprise, que viajavam pela nossa galáxia, se teletransportavam da nave em órbita para a superfície dos planetas? Em 2009, uma equipe de cientistas do Joint Quantum Institute (JQI), da Universidade de Maryland e da Universidade de Michigan, conseguiu teletransportar informação entre dois átomos separados em recintos desconectados há um metro de distância.
Equipamento do experimento de Teletransporte.
Esquema simplificado do conceito de Teletransporte.
Recente
Agora parece que cientistas da Universidade de Dallas desenvolveram um dispositivo de camuflagem que explora um "reflexo de luz", chamado de "light-bending", um fenômeno que a maioria de nós conhece melhor como uma miragem, que é criado por um filamento de carbono aquecido.
Isso é muito parecido com a capa que Harry Potter usa em seus filmes para ficar invisível.
O efeito, conhecido como "deflexão fototérmica", consegue "dobrar" a luz de uma superfície para enganar os nossos olhos.
Agora você vê… | Agora Não! |
É semelhante ao que acontece quando o ar quente acima do solo "reflete" o céu em vez de seu fundo, parecendo uma superfície aquática, não permitindo que os feixes de luz reflitam no chão. Isso cria a ilusão de poças de água que os viajantes vêem quando sedentos em desertos. Mas você já deve ter visto esse efeito ao dirigir por uma rodovia asfaltada durante um dia de calor com sol forte.
Os cientistas que criaram a tecnologia afirmam que ao aquecer nanotubos de carbono, de forma extremamente rápida, criaram um ardil, um "gradiente térmico" similar a uma camada de ar aquecido sobre a terra.
A transferência extremamente alta de calor é capaz de habilitar a modulação de altas frequências criando temperaturas enormes sobre a superfície da folha de nanotubos.
"O desempenho notável de folhas de nanotubos sugere possíveis aplicações para capas de invisibilidade comutáveis," escreveram os pesquisadores.
Nanotubos de carbono são uma forma artificial de carbono na forma que parecem fios de cabelo ou ‘tubos’ de carbono, que pode ser milhões de vezes mais longos do que seu diâmetro. Assim a capa de invisibilidade pode ser "tecida".
Nanotubos são formados a partir de tubos ‘laminados’ de grafeno – folhas de carbono com espessura de átomo.
Às vezes esses materiais são usados em componentes de bicicleta ou resinas de alta resistência, mas o material também é condutor de calor com extraordinárias qualidades – usado aqui para criar "invisibilidade" ao toque de um botão…
Veja o experimento no vídeo abaixo.
Só nos resta esperar para vermos até onde nos leverá a imaginação e a criatividade humana.
Fabio Martins para o TechBR.
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